segunda-feira, 12 de outubro de 2015

A vida em 2070.

Colhemos o que  plantamos!  E que calor estamos  colhendo! A natureza que tanto devastamos, que tanto exploramos  está pedindo socorro! As estações do ano estão desequilibradas.  O Sul está inundado. São mais de 25.000 famílias desabrigadas. Por outro lado, a seca assola o sudeste. Ainda dá tempo de corrigir nossa forma de pensar e agir e quem sabe, mudar o rumo da história, para que as futuras gerações possam viver em harmonia com a natureza.


Carta escrita em 2070.

“Acabo de completar 50 anos, mas a minha aparência é de alguém de 85. Tenho sérios problemas renais porque bebo pouca água. Creio que me resta pouco tempo. Hoje sou uma das pessoas mais idosas nesta sociedade. Agora usamos toalhas em azeite mineral para limpar a pele. Recordo quando tinha 5 anos, tudo era muito diferente. Havia muitas árvores nos parques. As casas tinham bonitos jardins e eu podia desfrutar de um banho de chuveiro por 30 minutos.

Antes, todas as mulheres mostravam as suas formosas cabeleiras. Agora, raspamos a cabeça para mantê-la limpa sem água. Antes, meu pai lavava o carro com a água que saía de uma mangueira. Hoje os meninos não acreditam que utilizávamos a água dessa forma. Recordo que havia muitos  anúncios que diziam para CUIDAR DA ÁGUA, só que ninguém lhes dava atenção.  Pensávamos que a água jamais poderia terminar.

Agora, todos os rios, barragens, lagoas e mantos aqüíferos estão irreversivelmente contaminados ou esgotados. Imensos desertos constituem a paisagem que nos rodeia por todos os lados. As infecções gastrointestinais, enfermidades da pele e das vias urinárias são as principais causas de morte.  A indústria está paralisada e o desemprego é dramático.

As fábricas dessalinizadoras são a principal fonte de emprego e pagam os empregados com água potável em vez de salário. Os assaltos por um litro de água são comuns nas ruas desertas. A comida é 80% sintética. Antes, a quantidade de água indicada como ideal para se beber, era oito copos por dia, por pessoa adulta.  Hoje só posso beber meio copo.

A roupa é descartável, o que aumenta muito a quantidade de lixo. Tivemos que voltar a usar as fossas sépticas como no século passado porque a rede de esgoto não funciona mais por falta de água. A aparência da população é horrorosa:  corpos desfalecidos, enrugados pela desidratação, cheios  de chagas na pele pelos raios ultravioletas que já não têm a capa de ozônio que os filtrava na atmosfera.  Os cientistas investigam, mas não há solução possível. Não se pode fabricar água, o oxigênio também está degradado por falta de árvores, o que diminuiu o coeficiente intelectual das novas gerações.

Como conseqüência, há muitas crianças com insuficiências,  
mutações e deformações. Em alguns países restam manchas de vegetação com o seu respectivo rio que é fortemente vigiado pelo exército. A água tornou-se um tesouro muito cobiçado, mais do que o ouro ou os diamantes.

Aqui não há árvores porque quase nunca chove. E quando chega   a ocorrer uma precipitação, é de chuva ácida. Advertiam que era preciso cuidar do meio ambiente, mas ninguém fez caso.

Quando a minha filha me pede que lhe fale de quando era jovem, descrevo o quão bonito eram os bosques. Falo da chuva e das flores, do agradável que era tomar banho e poder pescar nos rios e barragens, beber toda a água que quisesse. O quanto nós éramos saudáveis! Ela pergunta-me: - Papai! Por que a água acabou? Então, sinto um nó na garganta!              

Não posso deixar de me sentir culpado porque pertenço à geração que acabou de destruir o meio ambiente, sem prestar atenção a tantos avisos. Agora,  nossos filhos pagam  um alto preço.

Sinceramente, creio que a vida na Terra já não será possível dentro de muito pouco tempo, porque a destruição do meio ambiente chegou a um ponto irreversível.  Como gostaria de voltar atrás e fazer com que toda a humanidade compreendesse isto. Enquanto ainda era possível fazer algo para salvar o nosso planeta,  Terra”.
Texto: publicado na revista  "Crónicas de los Tiempos“, de Abril de 2002
Autor do Slide: Ria Ellwanger  riaellw@globo.com 








                                     
 Planeta Azul (1991)
 Chitãozinho & Xororó
  
A vida e a natureza sempre à mercê da poluição
Se invertem as estações do ano
Faz calor no inverno e frio no verão
Os peixes morrendo nos rios
Estão se extinguindo espécies animais
E tudo que se planta, colhe
O tempo retribui o mal que a gente faz

Onde a chuva caía quase todo dia
Já não chove nada
O sol abrasador rachando o leito dos rios secos
Sem um pingo d'água
Quanto ao futuro inseguro
Será assim de Norte a Sul
A Terra nua semelhante à Lua

O que será desse planeta azul?
O que será desse planeta azul?

O rio que desse as encostas já quase sem vida
Parece que chora um triste lamento das águas
Ao ver devastada , a fauna e a flora
É tempo de pensar no verde
Regar a semente que ainda não nasceu
Deixar em paz a Amazônia, preservar a vida
Estar de bem com Deus

Onde a chuva caía quase todo dia
Já não chove nada
O sol abrasador rachando o leito dos rios secos
Sem um pingo d'água.
Quanto ao futuro inseguro
Será assim de Norte a Sul
A Terra nua semelhante à Lua
O que será desse planeta azul?

Desejo à você uma boa semana, ótimas realizações e lembre-se: Você também é responsável pela natureza e pela vida das futuras gerações!

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